quarta-feira, junho 21, 2006

Colonialismo não é apoio.

Esta semana eu fiz um trabalho para um grupo juvenil da cidade do Cabo de Santo Agostinho do qual eu gostei bastante, me identifiquei completamente por ele, lembrando inclusive o grupo ao qual eu faço parte, o Canal M, e outros dos quais eu tb já acompanhei ( Movimento Cultural Boca do Lixo, Desabafa Pina, Farinha do Rock e o Êxito d' Rua), devido ao seu caráter de realizar eventos que envolvem postura e posicionamento político e arte, sobretudo música de gueto, de periferia e de participação juvenil.
Este grupo na cidade do Cabo relatou para mim todo o seu histórico e todas as suas possíveis ações até agora em mente.
O nome do grupo é Associação Oficina, ao menos é assim que ele é conhecido. O Oficina desenvolve várias ações nas comunidades de Ponte dos Carvalhos e de Pontezinha sempre na idéia de mobilizar a juventude, sensibilizar a população, oferecer alternativa de entretenimento na linha do faça você mesmo. E é aí que eu percebo que as políticas públicas as vezes tira a graça da coisa: a graça pelo fazer. A maioria de inicitivas como estas são cooptadas por secretarias públicas ou ONGs que em suas grandes intenções de potencializar a ação, muitas vezes a descaracteriza e tira o gosto, a paixão, de quem as fazia, conheço muitos projetos e programas que devastaram com todo um público e toda a alegria de uma comunidade por causa de intervenções desrespeitosas que muitas vezes são permitidas pelo discurso de melhoria e de apoio ( que de fato precisam) mas que na hora da execução alteram toda a forma de fazer, trazendo novas tecnologias, novas metodologias, e o pior de tudo: novos atores que não vivenciaram anteriormente a forma como se fazia a coisa antigamente. Gente com outro acúmulo, outra experiência que não está sendo solicitada. E isto para mim é um processo colonialismo.
Mas torço para o grupo e suas ações, torço que esles sejam sempre responsáveis e que saibam dialogar todo e qualquer apoio, para não perderem a característica de seu trabalho. Até agora, o apoio mais expressivo que tiveram (através de uma ONG chamada Plan International Brasil) foi para a aquisição de equipamentos, pois muitas vezes tinham que pagar aluguel para poderem realizar as atividades, os eventos. A ONG não colocou nenhuma condição de interferência dos processos de execução da Associação Oficina, isto para mim é um grande exemplo de respeito e de fato de uma açõ social digna, oferecendo subsídios que beneficiarão toda uma comunidade da forma como ela entende, aceita e quer.

Abaixo coloco mais informações sobre a Oficina:

A Associação do Núcleo de Cultura Independente - Oficina foi fundada em 13 de janeiro de 2006 a partir de um movimento de músicos, grafiteiros, escritores, artesãos e capoeiristas, em Pontes dos Carvalhos, bairro do município de Cabo de Santo Agostinho. Este movimento teve início na segunda metade da décadad de 90 onde aliando entretenimento e informação para a comunidade realizando vários eventos.
A motivação inicial do movimento deu-se através da própria necessidade desses artistas de exposição e reconhecimento de seus trabalhos.Uma das mais representativas ações deste movimento foi apropriação de uma velha oficina mecânica , existente na BR 101 que passou a ser o principal local de articulação e realização dos eventos.Além deste local, as atividades também eram realizadas m praças, clubes, ruas ou qualquer lugar público,evidenciando nessas ações, o caráter social tais como, campanhas de saúde preventivas, de combate ás drogas, proteção ao meio-ambiente entre outras.Nesta oficina mecânica fora realizado o Primeiro Festival Oficina do Rock.Este evento através da cooperação entre seus diversos participantes na aquisição dos equipamentos.Desta forma, todos eram artistas e ao mesmo tempo produtores do evento.
Além de eventos de entretenimentos, o movimento realiza ações como oficinas, palestras, debates e cursos.
A partir deste ano a idéia é potencializar os eventos utilizando recursos técnicos próprios adquiridos a partir de apoios e parcerias. Entretanto apenas uma parceria fora efetivada com uma Organização Não-Governamental a Plan International Brasil,proporcionando a ampliação de ações a serem desenvolvidas.
Atualmente, a Associação concentra a maior parte de suas ações no Centro Jovem com o objetivo de fortalecer a participação juvenil neste, responsabilizando-se inclusive pela utilização dos equipamentos existentes no local.
A Associação do Núcleo de Cultura Independente Oficina tem como dever desenvolver e promover em parceria com a Plan projetos e eventos programados até 2008, na qual a Associação do Núcleo de Cultura Independente - Oficina dará suporte técnico através de produção e divulgação dos eventos, sejam eles científicos, culturais ou sociais.


Objetivos da Associação

· Proporcionar espaços alternativos aos artistas locais;
· Dar visibilidade aos artistas ;
· Oferecer lazer entretenimento à comunidade;
· Sensibilizar a juventude ara o engajamento social;
· Mobilizar a comunidade em torno das campanhas já realizadas pelo poder público local e ongs;
· Organizar e estruturar o próprio movimento;
· Elevar a auto-estima tanto dos participantes do movimento quanto da comunidade;
· Desenvolver a sensibilidade e as habilidades artísticas;
· Promover a inclusão social, minimizando os índices de criminalidade.

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